English French German Spain Italian Dutch Russian Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O ALICERCE NECESSÁRIO DO YOGA ESTÁ NOS DOIS PRIMEIROS ANGA

 .             Este texto, por motivos relevantes, não segue a ordem natural, pois estaria no capitulo 22, mas, como é importante abordar a questão dos princípios do yoga, logo de início, para que a pessoa que ler estes textos esteja de imediato inteirada do que  é normalmente as referências comportamentais dos yogues e dos seguidores da yoga codificada por Patanjali.
________


         Um dia pedi ao mestre Kim me esclarecesse como ele via a prática do yoga no Brasil. Após ele elogiar algumas escolas que ensinam a parte física com  muita atenção e da capacidade de difusão do yoga por diversos mestres,  professores e instrutores e referir até a uma estatística sobre o número de  escolas de yoga e à vasta bibliografia de autores nacionais e estrangeiros que é possível encontrar hoje nas livrarias e bibliotecas; numa inflexão, ele  mudou para uma visão crítica, de modo enfático, declarou:
         - Há escolas também que abandonaram o ensino do yoga, por uma pregação religiosa ocidental sem conexão real com a verdadeira purificação espiritual proposta pelos yogues. Assim, nota-se, por muitos,  na prática do yoga no Brasil, assim como em diversas regiões do mundo, a ausência da devida precedência com a  preocupação articulada na elevação dos compromissos e pureza espiritual dos praticantes,  contidas nos dois primeiros anga do yoga, os quais  não podem ser desprezados.  
          - Alguns mestres indianos, também deixam de enfatizar estes dois anga iniciais, em  manuais. Pela sua observação, pareceu-me que o Brasil é mais  deficiente na ênfase destes anga. Observei. Recebi, então, a  lição complementar a seguir:
          -  No Brasil mais do que na Índia, a ênfase nos yama e niyama é necessária para o praticante do yoga. Lá, desde o nascimento, principalmente aqueles que convivem no meio mais espiritualizado, há a presença prática dos princípios vivenciais contidos nos yama e niyama.  Já no frenesi ocidental não vemos tal presença, salvo entre alguns poucos fiéis cristãos que adotam, na prática, do dia a dia, os dez mandamentos; estes possuem ensinamentos profundos similares aos yama e niyama. Daí, a necessidade de serem enfatizados, desde o inicio da prática a pureza e o compromisso contidos nos yama e niyama.

         E disse mais:
         - Parece que a maioria não compreendeu o que Patanjali, com acerto, colocou como os dois primeiros anga do yoga:  yama e  niyama.  Até alguns conhecedores e seguidores do yoga de Patanjali vacilam no desenvolvimento interior de purificação do primeiro e segundo anga do yoga, certamente com medo de sofrerem enfrentamentos de seitas que predominam fora do âmbito do yoga. Pré-requisitos necessários para os demais anga.
Mestre  Kim, enfático, acrescentou:
- É necessário que para iniciarmos a prática dedicarmos com atenção aos yama e niyama, ou seja,  aos nossos relacionamentos sadios com os demais seres (vivos ou não) e conosco mesmo, para conscientes destes vínculos iniciarmos o aprofundamento com as demais fases do yoga.    
.          Senti, naquele momento, que ele novamente tivera uma sutil percepção de uma das questões que refletira um dia antes,  pois encontrara diversos autores que desenvolveram os seus livros sem a devida atenção a estes dois primeiros angas.
.          Até um dos mais conceituados mestres do yoga, De Rose, apresentou em dois livros  dele que são considerados manuais[1]  pouca atenção a estes dois primeiros angas. E, na  prática inicial recomendada por De Rose[2], não há destaque para os dois primeiros angas.  Mas, este mestre, perspicaz que é, inteligentemente,  soube dar uma volta por cima e enfatizar os yama e niyama, publicando o Código de Ética do Yoguin, onde ele dedica ao detalhamento das proscrições (yama)  e prescrições (niyama) do yoga, que agora é um anexo do  seu segundo manual.
     
.            Daí alguns dias encontrei o mestre Gurudevha, onde ele distinguiu  Yama de Niyama.
         -  Yama, em sânscrito, freio, direcionamento ou rédea. São entendidos como normas e práticas restritivas, que asseguram o relacionamento saudável com os outros seres, harmonizando o convívio social e atitudes de preservação do universo. Enquanto os niyama são vistos como princípios para questões de foro intimo, do praticante consigo mesmo. A quem diga que  Yama é o nosso autocontrole em relação ao ambiente externo; a moralidade social.
 
         - Niyama refere-se ao nosso ambiente interno;  a  moralidade individual. Mas, não são condutas morais no sentido ocidental, pois se busca nos yama e niyama a enfrentar a raiz, a causa, de perturbações e ações negativas a progressão espiritual.  Enfim, ambos são condutas que devemos assumir na relação com os demais seres e conosco mesmo, com a convicção interna que é o mais correto, que, sem dúvida, terão reflexos nos nossos corpos físicos, mentais e espirituais, por conseqüência, na nossa vivência interna e externa.  Vocês podem aceitar esta divisão somente para fins didáticos, pois  ambos os anga, numa visão aprofunda de raízes e conseqüências, envolvem o praticante tanto no aspecto externo como no interno,  como se  constata com o avanço do estudo e da prática de yama e niyama.    

.                Ceres Moura dera uma aula sobre os yama e niyama, no contexto da via óctupla de Patanjali. Na oportunidade, Ceres Moura alertou para o fato de que muitos praticantes são levados a uma concepção errada do que é cada um dos yama e niyama, e, que Patanjali ainda colocou o beneficio da adoção de cada yama e niyama.
         A partir desta observação, desenvolvi um quadro, onde sucintamente  defini os yama e os niyama, o que não é cada um deles, o que fazer para evitar o que não é, ainda, os benefícios da sua adoção conforme Patanjali. São apresentados nos quadros desta postagem. Para ter acesso com possibilidade de leitura, basta clicar sobre as figuras abaixo. Ampliarão até o tamanho original. 


[1] Refiro aqui ao livro:1) Prontuário de Svásthya Yoga e 2)  Faça yôga antes que você precise (Swásthya Yôga Shástra).
[2] Na  Ády Ashtanga Sádhana, recomenda as oito partes seguintes:”1) mudrá:gestos reflexológicos com as mãos;2) pujá: sintonição com o arquétipo, retribuição de energia; 3) mantra:vocalização de sons e ultra-sons; 4) pránáyáma: expansão da bioenergia através de respiratórios; 5)kriyá: atividade de purificação das mucosas; 6) ásana: técnica corporal; 7) yôganidrá: técnica de descontração, e 8) samyama: concentração, meditação e hiperconsciência.” (in Faça Yôga antes que você  precise (Swásthya Yoga.  10ª  ed.  Nobel, São Paulo, 2004. Página: 79.
 




quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

SHIRSHÁSANA


MAYRÚÁSANA

GARUDÁSANA


EXERCITANDO


7 - O YOGA CRONOLOGICAMENTE

Se eu tinha uma atenção especial para Índia, após conhecer sua história vi que muito teria que aprofundar em seu estudo, principalmente, após Ceres Moura apresentar um resumo da  história cronológica do yoga, onde explicou que não existem registros escritos do yoga no período arcaico e da pré-história indiana, quando a transmissão do yoga ocorria por transmissão oral (shruti[1]), o que inclusive dificulta precisar a data das obras iniciais do yoga e a seqüencia  dos fatos.
Referiu a achados arqueológicos  que apontam a presença do yoga há mais de 8 mil anos, sendo que há referências na história de acontecimentos dos últimos 50 mil anos ali na região indiana e previsão de existência humana há mais 250 mil anos.  Arrematando que, na verdade, como observou Feurstein[2],  o Yoga é um produto acumulado de milhares de anos e  recebeu influências diversas no curso da história.
QUADRO 1. FOTOS DE  ACHADOS ARQUEOLÓGICOS
 Destaque-se , que, Ceres ainda se referiu a Shiva, como criador mitológico do yoga.
- Muitos yogues gostam de aludir, principalmente os da corrente tantrista[3], em sua mitologia,  à origem do yoga, ainda, no período arcaíco ou  pré-védico, quando  Shiva[4]  transmitiu pela primeira vez conhecimentos e segredos yóguicos para Parvati[5], sua esposa,  à beira de um rio e que  um peixe chamado Matsia[6],  às escondidas,  assistia e  aprendia às aulas,  tendo evoluído como praticante, tanto que se transformou em ser humano. Tornando-se o primeiro grande mestre divulgador do yoga, Matsyendra.

                        Deixando claro que se trata de mitologia, cujo sentido figurado mostra o poder da yoga, como transformador do praticante.
                        Quando o mestre Gurukhishna, perguntou-me sobre a origem do yoga, falei sobre este relato mitológico, e, acrescentei:
- Interessante e bem indiana a referência a esta origem do Yoga. Mas, já vi alusão à versão da origem Lemuriana do yoga[7], onde antes da Índia haveria prática similar, dizem, entre eles, os teosóficos, defensores desta origem.
- De fato, em alguns escritos sobre o yoga se referem a essa origem.   Há ainda outra hipótese, baseada em achados arqueológicos, na Sicilia, Itália, calculados como de idade superior há 12.000 anos, na Gruta de Addaura.  Onde foram encontradas figuras com posturas semelhantes às do yoga (cobra e escorpião). E, a posterior digressão que daí, pelos mediterrâneos (dravídicas), o yoga foi levado para o território hoje indiano. Mas, parece-nos menos crível que tal ocorreu, embora não possamos descartar definitivamente tal hipótese.

Qualquer que seja a real origem do yoga, saiba que por seu conteúdo, há nele contribuições relevantes de raízes no território indiano, não só na preservação de seu conhecimento, mas em aprofundamento de determinadas visões.  Destacável, ainda, que muitos indianos e indianas são e foram importantes na divulgação do yoga no Ocidente.
 Não é  por acaso, portanto, que indianos e autores ocidentais consideram a sabedoria yóguica um dos maiores legados indianos à humanidade, cujo valor tudo indica vai ser crescentemente reconhecido no Século XXI, pois quanto mais avança a ciência mais se comprova  o acerto de verdades básicas expostas pelos yogues e yoguinis.

[1] Shruti: vem da raiz shru, ouvir.  Shruti significa “aquilo que é ouvido”.  É a tradição oral (parampará) e ainda o que “aprendido por via direta, por intuição, inspiração e revelação”.
[2] Refere a Georg Feurstein que escreve obras profundas sobre o Yoga, como “A Tradição do Yoga” (The Yoga Tradition”, , “Dicionário.....”
[3] Tantrista, de Tantra, que.....
[4] Shiva, um dos três deuses da tríade indiana dos Deuses, sendo ele chamado o Deus da destruição....
[5] Parvati....
[6] Matsia....
                              
[7] De Rose, op. Cit. Pag. 29. Observa que “ “

6 - O QUE É O YOGA

Ceres Moura, desde a primeira aula de yoga, chamou a atenção de nós,  seus alunos do Curso de Formação de Instrutores, para conceito de yoga.  

Explicou que etimologicamente a palavra Yoga, vem de yuj, do sânscrito, que significa unir, jungir. E que o significado de yoga é a integração, nas dimensões física, mental e espiritual.
Apresentou, ainda, diversas definições de yoga, refletindo sobre cada uma delas. Tendo eu destacado entre elas inclusive as  seguintes: a de Patanjali, “Yoga citta vritti nirodha”, “yoga é a redução dos movimentos da consciência”; a de “O yoga é chamado de unificação das teias das dualidades”  e a de Pedro Kupfer, “Yoga é a arte de viver consciente”.
  Enfatisou que a Yoga, não é praticada não só em ásanas, como muitos dos ocidentais pensam ser restrita o yoga. Embora, os asanas, posições, sejam a parte mais visível do yoga principalmente para os leigos. Explicou que, conforme Patanjali, um sábio sistematizador do conhecimento do yoga, que viveu aproximadamente no século II d.c,  a prática  yoguica é muito mais do que isto, e, segue, no mínimo oito angas ou membros, que vocês conhecerão ao longo do curso de instrutores,.

Curioso, fui ler, sem  compreender, nos Sutra de Patanjali, quais seriam estas anga (membros do yoga), obtive a definição, sem compreendê-los na integridade, mas, que serão aprofundados nestes livros, nas próximas páginas. São eles: Yama (restrições, grande compromisso com o todo, indpendente da situação social, local, momento e circunstancia vivenciada pelo praticante); 2- Niyama - observancias, conjunto de atitudes para consigo mesmo; 3 - ásana, posições físicas, praticadas com o uso da vontade, que se tornam firmes e confortáveis, com a eliminação das tensões e com alcance da identificação com o infinido, contribuindo assim para o cessamento das dualidades; 4- pranayama = controle da bioenergia, pelo alento, com movimentos internos, externos e suspensos, obsevando tempo, local e número, tornando-se sutil, transcendente em relação ao modo ordinário de expirar e inspirar, limpando o véo que oculta a luz do verdadeiro conhecimento e proporpocionando o aprofundamento para a concentração mental. 5 - pratyáhara = máximo domínio da desconexão dos sentidos e da atividade para o afloramento da identidade da consciência com a natureza desta. 6- Dhárana = concentração da mente num só ponto interior ou exterior ou num objeto; 7 = Dhyana = meditação yoguica, fluxo unidericional constante  do conteúdo da consciência, inclusive dos processos  mentais (vrttis) e do conhecimento transcente (jñana), numa relação que se alcança a absorção. 8 = samadhi = hiperconsciência, estado de enstase, em que a undiade é alcançada.   

- Para conhecer o yoga, acrescentou, vocês deve estudá-la histórica, filosófica e espiritualmente, bem como praticá-la 24 horas por dia. Sabendo que a perfeição na sua prática, é vital embasamentos essenciais para vivência e evolução, aplicados com sabedoria;  como jnãna[1]  e swadhyáya[2]. E explicou estes termos.
Naquele dia encontrei o mestre Kim, solicitei sua definição de yoga, tendo ele, após uma longa exposição concluindo:
                   - “Em seu sentido amplo, yoga significa a crescente purificação, que leva a  integração saudável e  positiva do ser humano consigo mesmo, com sua ação e reação, com os outros seres, com a natureza e com  Ishwara[3], como prática e fim”.
                     - Alerto que atente para fato de que o yogue sabe e se dedica a uma prática,  busca unificadamente um fim, a integração, disse em tom grave.

                             Ainda, referiu a uma sutra de Patanjali, falando que a prática de yoga é pureza em crescendo no sentido da origem do universo, pois como observado no Sutra 2.28:
 “Com a prática continuada e espiritual (anusthana) dos membros do yoga(4) (yoga anga), destrói-se as impurezas (asuddhi ksaye) e se desperta o esplendor do conhecimento (jñana diptin) interiorizando (a) o discernimento (khyati) da diferença (viveka) entre o Si Mesmo (Purusha) e a matéria primordial (Prakriti), alcançando o aspecto sádio e puro da mente (satwa)."

Ele disse complementando:
- Estes - purificação e despertar - somente serão entendidos por você no curso dos estudos-prática.  Parece precipitado sua apresentação deste Sutra agora para você, mas é uma síntese do que vem depois, não esqueça dele. Esteja com ele presente, ajudará você saber onde ir. Escreveu-o num papel, e, então, me entregou o escrito. E disse:
- Guarde-o, leia a cada etapa de seu estudo-prática.

Persisti  na interrogação do que significaria aquela integração, falada por ambos mestres, sem que tivesse expressado minha dúvida  o mestre Kan acrescentou:
- Você saberá quando estudar mais a fundo o yoga, principalmente quando dominar a compreensão sobre o processo evolutivo apresentado pelo Samkhya, o qual abrirá caminhos para a vivencia do samádhi, a superconsciência, o ênxtase, mas aguarde. Só com tempo e prática você evoluirá no saber mais sobre o que é o Yoga.


[1] Jñana = conhecimento conceitual, sabedoria intuitiva superior, erudição.
[2] Swádhyáya = auto-estudo e estudos dos livros sagrados.
[3] Iswara = trata-se de um purusha especial, com onisciência, onipotencia e com capacidade de controlar todos os elementos do universo.

5 - QUANDO O DISCÍPULO ESTÁ PREPARADO O MESTRE APARECE

Eis que, em dezembro de 2008,  almoçando num restaurante vegetariano,  dialoguei um pouco muito com aquele que encontrara antes na lanchonte, mais do que isto ouvi muito. Conversamos sobre diversos assuntos. Até que lembrei sobre a frase de “estar preparado”,  que ele me dissera no primeiro encontro.
- A professora Ceres Moura declarara que os indianos acreditam que   “quando o discípulo está preparado o mestre aparece”; mas, o senhor, mestre, somente disse que eu estaria preparado para nossa interlocução.
- Ora, embora eu tenha referido, este princípio estava implícito no nosso encontro e nas interlocuções posteriores que ora ministro. Avalie você meu amigo, pois é fundamental que se transmita conhecimentos yóguicos  mais aprofundados somente para aqueles que estão preparados e qualificados, com envergadura na moral, nas ações e na forma de se voltar para o Supremo, de quem tem potencial para evoluir no yoga.
- Assim não são restringidos aqueles que poderão assumir a senda do yoga, e, chegar à evolução? Pensei. Logo,  recebi a resposta, como se ele tivesse lido na minha mente a dúvida.
- Não há restrição insensata. Pois, a cada pessoa o yogue possui a sua mensagem e atitude. Para todas podemos dirigir algo proveitoso. Porém, é fato de que a existência de segredos não é inatividade. em relação aos demais Queremos a progressão de toda a humanidade, mas nossa expressão para com próximo será de acordo com o  nível de avanço espiritual e material de cada um.
Parecia que ia terminar aí, mas continuou.
- Hoje – enfatizava ele -  vivemos numa época em “homens privados da razão e sujeitos a todo tipo de doença do corpo e da mente, cometem pecados diariamente tudo que é impuro, vicioso e calculado  para afligir a raça humana se manifesta”. Como o Yoga  concede muitos poderes e conhecimentos,  até de atuação sobre mais de um corpo do ser humano,  deve ser ministrado com prudência, para que não venha a ser usado contra a humanidade. Também, o próprio discípulo não preparado para mensagem, pode acabar por se desorientar, podendo até vir a ter reforçadas qualidades contrárias àquelas necessárias ao yogue.
 Embora prevaleça o princípio do segredo, ainda,  nesta era, haverá o inicio de uma superação desta limitação e muito hoje em segredo no Yoga será mais publitizado, pois uma regeneração média se anuncia para populações significativas do planeta terra, conforme previsões de diversos  sábios yogues.
Na história, há exemplos de que após a decadência há uma tendência a avanços; nós que somos otimistas abraçamos esta expectativa em relação ao progresso moral e espiritual em nível jamais alcançado pela humanidade.
E não pense que é recente esta preocupação ainda prevalecente de ensinar aos eleitos a Verdade, já na Bhagavad Gita, livro escrito a mais de 2500 anos, constava que  “Este conhecimento confidencial jamais pode ser explicado àqueles que não são austeros, nem devotados, nem se ocupam no serviço devocional, e tampouco a qualquer que tem inveja de mim.”[1]
Por fim, também a frase referida por você, com texto distinto e conteúdo similar está no Gita: “Se amares a Verdade, virão em teu auxilio os que conhecem a Verdade, favorecendo a sua iniciação”[2] .

[1] Bhagavad Gita 18.67
[2] Bhagavad Gita 04.34.

4 - JÁ NOS DESCONHECEMOS, AGORA VAMOS NOS CONHECER.

Eu possuo um escritório de advocacia, no Setor de Diversões Sul, no Centro de Brasília, e, normalmente, atendo a entidades sindicais e populares, algumas estabelecidas naquele setor da Capital brasileira. Minha advocacia está voltada essencialmente para os segmentos mais humildes, assalariados e/ou  democráticos.
Nestas idas e vindas às entidades, bem como nos meus deslocamentos até o estacionamento, era comum encontrar com um senhor com aparência tranquila,  sem  definição de idade, dotado de postura ereta e elegante combinada com uma simplicidade e simpatia irradiante. A ele, eu dirigia normalmente somente cumprimentos de “Tudo bem?”, com respostas lacônicas recebidas do mesmo.
Após mais de 8 anos que via aquele senhor,  certo dia, quando fazia um lanche após chegar de uma aula prática de yoga feita no outro lado da cidade, onde fica o  Instituto Lakshmi Yoga Vidya,  presidido por Ceres Moura; estava numa cantina, quando o referido senhor aproximou e solicitou um suco de laranja.
E, então, virando para mim, disse uma frase que eu já conhecia semelhantes:
- Apresento-me, sou Gurukrishna, neto de um seguidor de Sivananda.  E, venho notando sua aura, observo que  você está cada dia mais avançado  como sadhaka, tendo tudo para ir mais à frente neste sentido.
Ora, eu nem sabia que aquele senhor era um conhecedor de que eu praticava yoga. Nem da minha preocupação com o parinama do yoga que me tomava  minha atenção naquele momento.   

Quem eu já via há muito tempo, mas nunca tinha  desenvolvido qualquer interlocução. Como ele sabia muito sobre mim?
Ele usou termos que então me  fora explicados por Ceres Moura.  Minhas dúvidas, em parte, seriam esclarecidas depois, quando me certificaria de seus poderes espirituais.
Ele então disse que agora nos encontraríamos menos, e, quando isto ocorrer, será para o caminho e não para simples encontro de desconhecidos. Antes nos desconhecíamos, apesar dos sucessivos encontros, mas a partir de agora,  amiúde,  trocaremos idéias e você terá um avanço espiritual incrível, está escrito em sua perspectiva espiritual.
Estranhei o que ele me dissera, mas, ainda, de certo modo paralisado, querendo ouvir mais, fui surpreendido com a despedida daquele senhor, que passaria mais de três meses sem o vir concretamente, embora em sonhos tivesse as suas presença e orientação durante o período de afastamento.

3 - NECESSÁRIO QUE VOCÊ ESCREVA O QUE REFLETE AGORA.

“OM. Isto é plenitude. Aquilo é plenitude.
Da plenitude, a plenitude surge.
Tirando a plenitude da plenitude,  somente plenitude resta.
Om. Paz, paz, paz.” (Invocação da Ishopanishad)
    Eu estava já desenvolvendo o quadro de que referi na apresentação.
               Eis que compareci a uma loja de venda de produtos indianos existente em Brasília. Nela se encontrava um senhor, com ar ocidental, embora vestido com trajes indianos.
                Como se tratava de data próxima ao aniversário de uma amiga, resolvi ver se ali encontrava um presente para ela. Observava uma pequena estátua de Ganesha, com belos destaques dourados. Quando aquele senhor, dono da loja,  puxou uma conversa.
               Conversamos sobre vários assuntos, falei que estava estudando yoga. Apresentei, inclusive, o quadro sobre a evolução Yoga-Samkhya. Ele disse:
                 - Escreva sobre ele e seu livro deve ser búddico. Fiel aos significados originais. Você precisará entender algumas de noções de sânscrito para lhe inspirar e desvendar verdades. Pois, eu estou vendo que você é um dwija.
                 Sem entender, ainda, o que ele dissera e expressei,  de surpresa, um “O quê?” de não compreensão e como quem disse não entendimento do último termo, mas ele prosseguiu:
                 - Um nascido duas vezes. Escreva. Você terá um grande sucesso com a sua obra.
                 Eu então lembrei que já tivera há cerca de dois anos uma conversa com aquele mesmo senhor, que ele me afirmara que eu possuía traços de Gargaman, o criador do universo na sua visão.  Similaridade  também encontrada por minha mãe, que me dera uma estátua de Gargaman.

              Ele, naquela oportunidade, dissera que eu poderia engajar em programas sociais, pois saberia como atender os reclamos da população, que eu possuía qualidades para dedicar a serviço do próximo. Usou o termo sânscrito para serviço ao próximo, “seva”, arrematando ainda disse: Garanto  que em sua profissão atual você já faz muito em prol dos humildes.
                 - Se lhe disse isto antes, digo mais agora. Você escreverá,  seu texto que deve ser búddico, para não ser vazio. Leia o ISHOPANISHAD, ele contribuirá para dar um sentido a estes escritos, não necessitando você se dobrar ou se reduzir a ele. Você conhece o ISHOPANISHAD[1]? Não? Vou lhe dar um exemplar. E dedicou o livreto que me dava e  passava às mãos: “Para o nascido duas vezes: Hudson, Gargaman”.
                O senhor Sresthas, nome que ele apresentou, deu-se uma versão comentada por Prabhupada, mas depois li outras versões também. Pois,  fora corretamente alertado por uma colega de estudo no Instituto Lakshmi, Andréia Zimmermann, que se deve ler mais uma tradução do sânscrito, pois normalmente a leitura de uma só pode induzir a incompreensões do que se queria transmitir e cair na vala comum pretendida pelo tradutor não fiel ao texto. 

                  Como previra o mestre Kim, o que me prendia a atenção era a  capacidade de persuasão de Sresthas no sentido de que eu deveria escrever sobre minhas reflexões.
                 Depois deste incidente, fui pesquisar sobre dwija. Não me sentia enquadrado no conceito. Pois, não tinha a evolução yóguica que achava necessária para receber tal denominação.
                 Mas, mesmo assim, a forma enfática daquele senhor era convicente, tanto que elevou a minha determinação de continuar aprimorando o quadro e, ainda, a escrever sobre as reflexões que desenvolvia, dedicando um maior tempo à elaboração de uma obra.

[1] Na realidade, eu não conhecia o ISHA UPANISHAD ou ISHOPANISAD. Mas, depois, fiquei sabendo que se trata do menor dentre as principais upanishads. Ele tem seu nome da palavra “ISA” que significa Senhor. Ele contém 18 versos e frequentemente é considerado que possui a essência do hinduísmo; tanto que Mahatma Gandhi disse: “Se as Upanishads e todas outras escrituras fossem reduzidas a cinzas e somente o primeiro verso da Isha Upanishad permanecesse na memória dos hindus, o hinduísmo viveria.” (citado por Pedro Kupfer, em sua tradução da ISHA UPANISHAD). Este verso é  a invocação se encontra no inicio do presente capítulo.

2 - VOCÊ JÁ PODE ME ENCONTRAR, DISSE AQUELE SENHOR COM APARÊNCIA MISTERIOSA

Num dos intervalos de aulas do Lakshmi Yoga Vidya, fui com a mestra Ceres Moura  e colegas almoçar num dos restaurante vegetariano de Brasília, onde um acontecimento seria marcante.
Após ter almoçado, enquanto estava na fila do caixa, só,  um senhor vestido com bata, de cor roxa e branca, com destaques amarelos,  aproximou de minha pessoa, após ter quitado seu almoço, e  me falou  lacônica e simplesmente:
- Você está preparado para me encontrar. Estarei esperando o momento de iniciar nossa conversa e sua complementação iniciática.
Nisto chegava Ceres Moura e as colegas, para entrarem na fila. Virei meu olhar  para elas. E, ao mesmo tempo, sorrindo de forma bastante suave, aquele senhor saiu andando, num passo cadenciado e ar misterioso. Talvez sabendo do sentimento dúbio que a situação me inspirava de querer segui-lo e ao mesmo tempo de ficar na fila. Ainda havia dois pagantes a minha frente. Foram atendidos. Então, paguei meu almoço, voltei para o lado em que estava antes aquele senhor caminhava e ele desaparecera.
Mas, novamente, eu voltaria àquele local, em outras datas, durante o período do curso e depois dele. O reencontro com o referido senhor somente ocorreria após eu voltar a almoçar naquele restaurante em datas e horários diferentes; quando um dia coincidiria com o momento em que o misterioso senhor ali estaria.
Naquele dia, ele se encontrava vestido à ocidental, com um terno branco, camisa amarela e gravata listrada com cores diversificadas.
Chegando, vi que ele ali estava acompanhado,  cerca de meia dúzia de pessoas mais jovens do que ele, as quais foram saindo uma a uma, até que,  após ele mirar para o lado da  mesa em que eu estava sentado. Notei que ele olhara para mim e comentara algo com o último dos presentes com ele naquela mesa. Passado alguns segundos, ele ficou com ar, aparentemente,  de inescrutável, após eu ter ouvido daquele que saia:
- Mestre Kim, aguardarei o momento de estar novamente contigo.”
Levantei de minha mesa, com o prato e talheres à mão, perguntei se poderia sentar à mesa em que ele estava, tendo recebido uma resposta que me parecia lógica:
- Só estava aguardando você sentar. E afirmo dentro de dois dias você será chamado de dwija. Isto irá impulsionar você a escrever um livro, que terá alguma expressão significativa.
Naquele momento, fiquei sabendo que uma longa jornada junto com aquele mestre se prenunciava.

1 - INICIANDO DE FATO NO YOGA

Minhas curiosidade e atenção pela milenar sabedoria indiana são de décadas, mas não havia qualquer aprofundamento sistemático, mesmo após a leitura de alguns livros sobre o tema.
Tentei me aproximar de alguns conhecedores da matéria, quando, justamente,  ocorriam afastamentos inesperados.
Até que encontrei Ceres, não a Deusa Grega da Agricultura, sim Ceres Teixeira de Moura, a professora de yoga, mais conhecida por Ceres Moura.
Logo que a conheci, mesmo inicialmente só por telefone, senti-me feliz e comprometido. Encontrara a mestra maravilhosa que procurava.
Quando travei o conhecimento pessoal com ela, além da presença bela, inefável e alegre daquela yoguini,  notei que eu realmente estava perante  alguém guiadora para algo mais do que a prática de ásana e da consciência comum.
- Ensino yoga antigo, com todos os angas, com técnicas complementares e auxiliares,  não deixando de referir às dimensões espirituais. Ela me esclarecia.
No primeiro contato, após ouvir uma exposição, deveras extasiado, brinquei com a pergunta:
- Por quê não lhe encontrei antes, Ceres Moura?
- Ora, é quando o aspirante está preparado que o mestre aparece.
Uma resposta que eu já encontrara na literatura, nos clássicos do yoga, e,  ouviria  também posteriormente na expressão sensata de dois dos mestres com os quais conviveria e seria inspirado, dois anos após estes acontecimentos iniciais com Ceres Moura.
Com a minha confiança do benefício que me proporcionaria estar próximo àquela mestra, mestra mesmo, embora ela prefira ser chamada de professora; matriculei-me, no ano seguinte,  no curso de Instrutor de Yoga,  que Ceres Moura ministra em Brasília, há mais de 20 anos, sem dúvida, o preparatório mais aprofundado dado na capital do Brasil.
Foi um curso que, como aluno, dadas as dificuldades profissionais e pessoais com que me defrontei, não pude cumprir com o aproveitamento e ritmo que pretendia inicialmente.
Apesar da grande capacidade didática de Ceres Moura, ainda, senti dificuldades, em vários temas; mesmo convivendo com mais membros da turma de 8 alunos, onde eu era o único representante do sexo masculino, ao lado de 7 inspiradas, belas e simpaticíssimas  alunas, além da  professora. O curso de um ano, eu fazendo em dois.
Já, próximo ao fim do curso teórico, centrei totalmente a minha atenção em três aulas em que Ceres Moura detalhou tanto sobre o Samkhya, como sobre o Yoga, visando o esclarecimento de algumas relações entre o Samkhya e o Yoga, aprofundando inclusive no ensino da fisiologia sutil.
A partir destas aulas e das que antecederam,  desenvolvi um quadro preliminar sobre a evolução do yoga (Parinama do Yoga), e, pensei que seria interessante escrever um artigo, livreto ou livro sobre o mesmo; pois me chamara muita atenção a observação da mestra de que muitos são os defensores do progresso no yoga como o caminho de volta do da evolução apresentada pelo Samkhya.
O quadro referido receberia a formatação atual e a compreensão maior de seu conteúdo com instruções iluminadas que me seriam dadas, também, pelos dois mestres referidos, combinadas com leituras e pesquisas temáticas realizadas por mim. E as observações construtivas de alguns professores, inclusive Ceres Moura, C. e Adita.
Os acontecimentos se desdobrariam agora com uma velocidade inesperada, conheceria os mestres que me poriam a par com mistérios do yoga que desconhecia até então. 

YOGA E SAMKHYA: PODER E CONHECIMENTO

INTRODUÇÃO
Hudson Cunha
“Samkhya é conhecimento, yoga é poder, quem domina os dois nada mais tem a conquistar sobre a terra.”  Bhagavad Gita, V-4.5

.           A milenar prática do Yoga recebe crescente interesse no mundo ocidental, pois não é algo que assegura unicamente um corpo esbelto, elegante, forte e saudável, mas  também uma disciplina física, mental e espiritual.
.         Fisicamente, o yoga é uma necessidade, com sua prática há como que uma sedação em relação a uma série de doenças possíveis, bem como um efeito terapêutico sobre diversos males, contribuindo para um físico ideal.  Mentalmente, nos assegura um equilíbrio nervoso e tranqüilidade, além dá vivência de potenciais normalmente esquecidos ou adormecidos. E, principalmente, espiritualmente, nos dá um sentido de respeitosa unidade com os demais seres e com o divino.
.         Este site,  como uma obra pré-introdutória no yoga, recomenda a prática do yoga, para aqueles que querem alcançar conscientemente a administração espiritual e sobre suas funções orgânicas e mentais, inclusive  tensões musculares, saúde nervosa e as diversas utilizações e paralisações mentais
.          Para tal alcance e resultados positivos, o conhecimento do yoga deve reportar aos aspectos de identidade com o todo, com consciência do processo evolutivo e ainda no detalhamento dos membros do yoga, que devem ser praticados, com aperfeiçoamento moral,  controle de alento, posturas, abstração dos sentidos e da ação, com relaxamento e formas interiorização da consciência.
.          As seis principais escolas da India se encontram agrupadas de duas em duas, sendo a  dupla YOGA-SAMKHYA a mais antiga delas.  Onde o Samkhya seria a principal base filosófica do yoga; enquanto o yoga seria a contraparte prática do Sámkhya.
.          O yoga, em sua essência, como deixou claro Patanjali, nos seus Yoga Sutra, buscou fontes para seu aprofundamento no Samkhya, escola irmã do yoga e anteriormente desenvolvida em profundidade.
.         Embora o Samkhya apresente uma cosmegênese do mundo material a partir do espirito primordial (purusha) e da matéria primordial (prakriti), sem utilizar do conceito de Ishwara (espirito especial equilibrado, onisciente, onipotente), o yoga trará este elemento fundamental para a compreensão da evolução do ser no caminho de volta para saudável e  verdadeira pureza espiritual, a vivência da unidade com o todo e o particular, da verdadeira identidade com o Ser.
.          Portanto, com sua base filosófica, o Yoga se torna mais aprofundado em busca do caminho para Kaivalya, isto é, da restituição da liberdade plena e pré-existente; dado que  o perfeito conhecimento do yoga, no nosso entender, deve estar conectado com Samkhya.
.         Neste BLOG, formulando a exposição de caminhos que superam o cansaço crônico  e as tribulações impostas aos incautos pelo mundo contemporâneo numa visão espiritualizada, procura desenvolver – numa proximidade mais intima entre o Yoga e o Samkhya -  a evolução da matéria bruta no sentido do purusha e Ishwara até o kaivalya; isto é, expondo o caminho evolutivo  de volta do yoga.
.          Apresenta o desenvolvimento da exposição didaticamente, num continuo de evolução do estudo, como um romance enriquecido com exposições e quadros explicativos, mas também deixando claro que a predominância neste livro é da visão yóguica, daí, porque, ao invés,da tradicional SAMKHYA YOGA há no presente trabalho a titulação YOGA-SAMKHYA.

CHALANÁSANA






a forma correta de finalizar a colocação das mãos e de palma virada  no sentido do chão e colocada sobre ele.

PARSVOTTANÁSANA



SARVAGÁSANA




HALÁSANA



HALÁSANA (posição do arado)
 - A partir da posição deitada, em decúbito dorsal, expirando. 
-  Eleve ambas as pernas com joelhos unidos lentamente, apoiando por trás da coluna. Eleve as pernas até alcançar um ângulo de cerca de 90%. Pode permanecer um pouco nesta fase.
- Posteriormente, prossiga a flexão com suas pernas retas, deixando o pé descer descer atrás de sua parte superior da cabeça, até que os artelhos encontrem o solo. 
- E suas mãos podem descer novamente, se assim você se sentir melhor. Permaneça na posição alguns segundos, entre 30 e 60 segundo, pode inclusive executar bandhas. Aproveite para relaxar o rosto e pele deste. Respire suave e livremente. Depois, inspirando. 
- Retorne suas pernas até 90º. Podendo a partir daí inalar o ar. E deixar suas pernas ficarem horizontais com o chão. E posicione sua nuca em linha reta.
BENEFÍCIOS DA POSIÇÃO: 
- Esta posição dá elasticidade à coluna, espinha e nervos espinhais. 
- Contribui para diversos órgãos do aparelho digestivo, inclusive na superação de problemas gástricos,.
- Contribui para o equilíbrio da tireóides saudáveis e fortalecimento dos músculos abdmoniais.
-  Dado  o estiramento da perna, dos dedos do pé até à cintura,  tende a contribuir na melhoria da circulação das veias. 
- Eleva o equilíbrio energético e da pressão sanguínea. -
- Alivia, podendo vir a superar, problemas de caimbras e dores nas articulações. -
- Ajuda a aliviar ondas de calor que ocorrem, principalmente, na menopausa. 
- Também, é ótima posição para correção de problemas posturais, alinhando a coluna. e dado melhor contorno ao tórax. 
- Recomendada, também, para  diabéticos, dada a ativação pancreatica que proporciona,  podendo vir a curar alguns tipos de diabetes.
- Iyengar, analisando variantes, diz que: "Ajuda a tratar de hérnias e hermorróidas, se praticada com pernas afastadas. E que alivia dores ou câimbras nas mãos, nos dedos, punhos, cotovelos e ombros, se praticada com os dedos entrelaçados e os braços estendidos em direção às pernas." 
- Relaxante, contribui para superação da fadiga e eleva o ânimo do praticante. 

OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES: Devida a sua influência direta sobre o chackra VISHUDHA seus beneficios são relevantes. E, ao influir sobre todo o sistema grandular e a coluna,  é considerada uma posição de rejuvenescimento, dada a correlação entre a coluna, as glândulas e a manutenção da constituição física jovem.
- Irriga o cérebro, com um fluxo significativo e, ao mesmo tempo, numa postura estática,  de uma forma que acalma o sistema nervoso. Contribui para o equilíbrio da irrigação cerebral que influi sobre o estado mental e emocional, conferindo, normalmente,  autodominio, confiança em si mesmo e destreza mental.
 RESTRIÇÕES E PRECAUÇÕES: 
- Evite-a na fase crítica da menstrução.    
-Contraindicada para quem tem isquemia. E para quem sofre asma e outras dificuldades respiratórias e para quem tem coluna endurecida.  Execute-a neste casos com apoio de acessórios (veja recomendação da Professora Nilda Fernandes). 
- "Por ser halasana um movimento muito intenso da coluna, deve-se praticá-lo com a devida cautela, principalmente as pessoas  que têm a coluna endurecida e os idosos. Aconselha-se, nestes casos, o uso de suportes nos pés, não permitindo os mesmos descerem até o chão; e, ao desfazerem a postura, retornar com as pernas dobradas para amenizar o trabalho da coluna."
  Para quem sofre hipertensão, veja a recomendação abaixo de Iyengar. Distintamente do que afirmavam diversos outros estudiosos da posição, Iyengar é da opinião de que esta postura  pode ser executada por portadores de hipertensão, assim como a Sarvangásana, obedecendo a seguinte técnica. "Deitar todo o corpo no chão. Expirar e, lentamente, elevar as pernas perpendicularmente durante dez segundos, respirando nesta fase naturalmente.  Com mais expiração, elevar novamente as pernas até encostá-las no solo, sem dobrar os joelhos. Não se deve sentir nenhuma pressão na cabeça. Os braços estendidos até encostar nos pés. Ficar nesta posição por três minutos com uma respiração normal. Fechar os olhos e dirigir a atenção para o nariz".

MATSYÁSANA


Nome da posição: Esta posição tem o nome de MATSYÁSANA, a posição do peixe (matsya).
Execução: a pessoa praticante de costa, em posição ereta, une os pés esticados. Apoiando com as mãos nos chão ao lado do corpo, após colocar as mãos sob os glúteos. Apoando o antebraço no chão, eleva o esterno. E, ao mesmo tempo, volta a cabeça para trás, até que a parte de cima da cabeça se encontre no chão. Permaneça na posição, respirando de modo livre.Após cerca de 30 trinta segundo. Desfaz vagarosamente, a posição.
Benefícios da posição. Esta posição é altamente benéfica, tanto que textos clássicos a qualificam de "destruidora de doenças". Ela, além de corrigir a postura de quem a pratica, é benéfica para tireóide e paratireóide. Fortalece a musculutura torácica e regula a respiração. Entre os demais efeitos benéficos, fortalece a garganta. Sivananda cita que ela ativa as grandulas endrocrinas, pituária e pineal. E traz beneficios nos processos curativos relacionados com diversas doenças, tais como : constipação, asma, broquite crônica, epilepsia e algumas variedades de obesidade. Na questão sexual, ele, vai mais a fundo, declara que posição contribui na superação dos efeitos negativos da masturbação, regulação sexual  e seminal. E, afirma, que há, com ela, se alcança o equilíbrio sexual hormonal, podendo se homem recuperar a masculinidade perdida, a vitalidade e elevar a energia, desde que a prática seja assídua. Rejuvenesce até o funcionamento cardiáco.É uma posição atividadora, rajásicas. Dá maior resistência à fadiga mental.
Observação complementar. Por ser estimulante, deve ser evitada pelos hiperativos, salvo quando necessária, como compensação, se alternativamente não for adotada outra posição para este fim. Por ser uma compensação para as invertidas, seus efeitos são mais relevantes quando executada após as posições como sarvaghásana, sirshásana,.. halásana..
Tempo de execução:  Para não hiperativar a tireoide, é recomendável que não se ultrapasse a dois minutos na execução deste ásana.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

SIMHÁSANA


SEQUENCE


Paschimottanasana


Eka Pada Rajakapotasana (Pigeon Pose)


Padahastasana


MATSYENDRÁSANA


CHAKRÁSANA



CHAKRÁSANA - De chakra, em sânscrito, roda.



EXECUÇÃO: Deite-se em décubito dorsal, corpo  estirado. Dobre as pernas, colocando os pés ao chão próximos as nádegas  e os joelhos elevados. Segure com as mãos os tornozelos, mão direita no tornozelo direito, mão esquerda no tornozelo esquerdo.  Inspire, eleve a cintura, com o restante do corpo acompanhando, mantendo a cabeça e a parte superior do corpo no chão. Expire. Elevada a parte da cintura e tronco inferior, leve suas mãos acima da parte superior, ao lado do pescoço e as pontas dos dedos sob os ombros, com apoio no chão. Inspire, então, em impulso, eleve a parte superior do corpo, formando um arco. Permanecendo em formação similar a uma meia roda durante alguns segundos, entre 5 segundos e 2 minutos. A seguir, expire. E, novamente, inspire. Voltando da posição, primeiramente dobrando os braços, abaixe a parte superior do corpo. Depois, a parte do abdômen desce, com as nádegas ao chão. E, então, com o corpo estirado, relaxe.  
EXECUÇÃO ALTERNATIVA: Supta Chakrásana: De pé, mantendo distancia de cerca de 25 cm entre os pés. Flexione as costas para trás, com os braços elevados. Faça, vagarosa e suave uma curva com as costas. Dobre os joelhos, apoiando as mãos no chão.  Então, curve o pescoço olhando para a base. Permaneça por alguns segundos (entre 5segundos e 2 minutos). ... 
BENEFICIOS DA POSIÇÃO:
- Assegura flexibilidade e vitalidade para a coluna vertebral,  nervos e para grande parte da musculatura, tendo assim um efeito vigoroso e rejuvenescedor.  
- Trabalha intensamente os músculos dos braços e das pernas e as respectivas articulações; do pescoço  à base da coluna, fortalecendo toda rede muscular até os pés.   
-Ao irrigar gânglios nervosos de ambos os lados da coluna e o cérebro, assegura um fluxo mais livre, dando vivacidade intelectual, aumento da memória e estimulação psíquica e, ainda, tonifica os nervos superiores que servem à visão, audição, olfato e paladar, dando equilíbrio e eficiência ao funcionamento destes. 
- Contribui na regularidade do ciclo menstrual e do funcionamento órgãos sexuais.  
- Estimula as tireóides e cura desarranjos da traquéia e laringe, graças à abundante irrigação local. 
-  Favorece toda atividade endócrina,  com surpreendentes para saúde psicossomática em geral. 
-  Assegura regularidade do fígado.  
- Dada sua intensa irrigação sanguinea pelo corpo,  em sentido inverso e complementar ao cotidiano;  o sistema cardiovascular é altamente beneficiado. 
- Produz efeitos estéticos significativos, como redação de rugas,  concedendo flexibilidade e  contorno à área da cintura, emagrecendo  principalmente as gorduras localizadas nesta área. E, ainda, dá textura da pele e confere a voz uma clareza e tonalidade mais precisas. 
- Seus efeitos terapêuticos são diversos, tais como de contribuir na cura de doenças relacionadas com os sistemas respiratório, nervoso e endócrino,  inclusive diabete, obesidade, asma, constipação. Cura problemas pulmonares e de garganta, entre elas as amigdalites e mesmo dores de cabeça crônica.   
- Como fortalece fígado, pâncreas e rins. 
- Além destes benefícios, possui outros, pois conjuga todos os benefícios dos ásana: dhanurásana , shalabásana e bhujangásana.  
RECOMENDAÇÕES  E CUIDADOS: 
- Por ser uma posição exigente de esforço, energética e quente, o melhor horário para sua prática é pela manhã e à tarde.
- Procure praticar em uma base não deslizante ou escorregadia. 
-- Contraindicada: para que sofre de hérnia de disco,  com retina deslocada. Durante a gravidez. Para determinadas doenças da coluna.



VRIKHÁSANA


CHATUSPADÁSANA OU ADHO MUKHA SAVASANA


BHUJANGÁSANA





BHUJÁNGÁSANA (POSIÇÃO DA NAJA)

Bhujánga significa naja, em sânscrito.
Execução: Deite-se em decúbito ventral, relaxadamente, com as pernas esticadas, pontas dos pés unidos (ou parelelos a uma distância de 5  A 10 cm) e calcanhares separados. Coloque as palmas das mãos ao chão abaixo do nível das áxilas e apontando no sentido paralelo ao da cabeça, os braços dobrados com os cotovelos para cima. Testa abaixada e apoiada no solo. Eleve a parte superior do corpo pressionando a mão na base e eleve gradativamente a cabeça numa posição similar à serpente atenta. Coordenadamente, há contração e relaxamento dos músculos das costas. A pélvis, bem como daí até  aos pés, permaneça na base. Prenda o ar (kumbhaka).  Estabilize, havendo a curvatura da  natural da coluna, sem forçar, e há contração das nádegas e esfíncteres. Alcançado tal nível suportável, aguarde alguns segundos. Depois, desça suave e vagarosamente, voltando ao estado inicial.

BENEFÍCIOS DA POSIÇÃO:  
  • -  Ao executar, é necessário a consciente coordenação com a respiração,  o que contribui para elevar o potencial desta  e a contribui para regularidade respiratória. Como  há  exigência da caixa torácica e são ritmicamente ativados os pulmões  que se desenvolvem e, resulta em elevação da capacidade respiratória e expansão da região torácica. 
  • -  Os músculos das costas são irrigados, fortalecendo os deltóides, trapézio e tríceps.  A posição, ainda,  dá elasticidade às costas e à coluna, tende assim inclusive a aliviar dores nas costas, principalmente se decorrentes do cansaço.  Contribui também para o desenvolvimento dos músculos abdominais.
  • - Pode contribuir para alinhamento, flexibilidade e  alongamento da coluna, inclusive corrigindo desvio, dando-lhe contornos de significativa beleza.
  • - Esta posição ativa as glândulas  e  centros nervosos anteriores, como a tireóide.  
  • -   Age sobre trinta e um pares de nervos raquidianos  que saem espaços invertebrais, bem como  a cadeia de gânglios do sistema vago-simpático. Como observou Hermogenes, quem conhece a fisiologia do sistema nervoso em geral, desde  logo conclui do valor extraordinário deste ásana. 
  • - Dada a amplitude de sua atuação,  na coluna, medula, glândulas e sistema neurovegetativo, contribui para combate de neuroses, especialmente a angústia e o complexo de inferioridade.  
  • - Diminui a flatulência e a constipação. Regula o sistema digestivo, tonificando. 
  • - Age sobre o útero e os ovários, contribuindo na diminuição dos efeitos da TPM, regulando o ritmo do ciclo menstrual e combatendo eventual processo inflamatório.   
  • - Tonifica e regula os rins, inclusive reduzindo ou vencendo os  cálculos renais; também contribui para o equilibrado funcionamento do fígado e vesícula.  
  • - Contribui na cura da anorexia e, também, em outros casos de inapetência.
  • - Esta posição, também, serve para elevar a temperatura do corpo.
  • Com o avanço no yoga, esta posição está entre aquelas que contribuem para o despertar da kundalini.
PRECAUÇÕES E RECOMENDAÇÕES. 
  •  É contraindicada após o primeiro trimestre de gravidez e  aos hipertiróideos.
  • Matreyananda apresenta as seguintes recomendações: Se provocar dores nas zonas, lombares e cervical ou no colo, parar e avaliar a causa. Se tiver lordose, avaliar antes. O mesmo se tiver problemas circulatórios ou hérnia de disco na zona cervical ou lombar. Contraindicada em caso de inflamações nos rins e na zona pélvica. 
  • Já de Indra Devi foram as seguintes recomendações e precauções:  "Ao se curvar para trás não faça movimentos bruscos, pois poderá distender algum músculo. Faça uma elevação gradual como se fosse uma cobra levantando-se para dar o bote. Ao terminar, é aconselhável um bom descanso que relaxe e alivie o esforço demandado pela posição. Deverá este ser feito ficando-se de bruços, encontando os joelhos no peito e mantendo as costas arqueadas". (obra citada, pág. 24).
VARIANTES: Uma delas é, quando estiver com o corpo no apíce e a cabeça elevada,  olhar para esquerda, voltando ao centro; depois , a direita e voltando ao centro. Como se fosse uma serpente, procurando e espreitando uma presa.

A variante ardha bhujángásana, apoia nos antebraços,  apontados no sentido parelelo e a frente do corpo,  pela semelhança, é denominada de, em português,  posição da esfinge.
Já a variante úrdhwa utthita bhujángásana, há uma elevação maior do corpo,  com a cabeça voltando mais para trás e exigindo uma maior flexão da coluna.