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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

3 - NECESSÁRIO QUE VOCÊ ESCREVA O QUE REFLETE AGORA.

“OM. Isto é plenitude. Aquilo é plenitude.
Da plenitude, a plenitude surge.
Tirando a plenitude da plenitude,  somente plenitude resta.
Om. Paz, paz, paz.” (Invocação da Ishopanishad)
    Eu estava já desenvolvendo o quadro de que referi na apresentação.
               Eis que compareci a uma loja de venda de produtos indianos existente em Brasília. Nela se encontrava um senhor, com ar ocidental, embora vestido com trajes indianos.
                Como se tratava de data próxima ao aniversário de uma amiga, resolvi ver se ali encontrava um presente para ela. Observava uma pequena estátua de Ganesha, com belos destaques dourados. Quando aquele senhor, dono da loja,  puxou uma conversa.
               Conversamos sobre vários assuntos, falei que estava estudando yoga. Apresentei, inclusive, o quadro sobre a evolução Yoga-Samkhya. Ele disse:
                 - Escreva sobre ele e seu livro deve ser búddico. Fiel aos significados originais. Você precisará entender algumas de noções de sânscrito para lhe inspirar e desvendar verdades. Pois, eu estou vendo que você é um dwija.
                 Sem entender, ainda, o que ele dissera e expressei,  de surpresa, um “O quê?” de não compreensão e como quem disse não entendimento do último termo, mas ele prosseguiu:
                 - Um nascido duas vezes. Escreva. Você terá um grande sucesso com a sua obra.
                 Eu então lembrei que já tivera há cerca de dois anos uma conversa com aquele mesmo senhor, que ele me afirmara que eu possuía traços de Gargaman, o criador do universo na sua visão.  Similaridade  também encontrada por minha mãe, que me dera uma estátua de Gargaman.

              Ele, naquela oportunidade, dissera que eu poderia engajar em programas sociais, pois saberia como atender os reclamos da população, que eu possuía qualidades para dedicar a serviço do próximo. Usou o termo sânscrito para serviço ao próximo, “seva”, arrematando ainda disse: Garanto  que em sua profissão atual você já faz muito em prol dos humildes.
                 - Se lhe disse isto antes, digo mais agora. Você escreverá,  seu texto que deve ser búddico, para não ser vazio. Leia o ISHOPANISHAD, ele contribuirá para dar um sentido a estes escritos, não necessitando você se dobrar ou se reduzir a ele. Você conhece o ISHOPANISHAD[1]? Não? Vou lhe dar um exemplar. E dedicou o livreto que me dava e  passava às mãos: “Para o nascido duas vezes: Hudson, Gargaman”.
                O senhor Sresthas, nome que ele apresentou, deu-se uma versão comentada por Prabhupada, mas depois li outras versões também. Pois,  fora corretamente alertado por uma colega de estudo no Instituto Lakshmi, Andréia Zimmermann, que se deve ler mais uma tradução do sânscrito, pois normalmente a leitura de uma só pode induzir a incompreensões do que se queria transmitir e cair na vala comum pretendida pelo tradutor não fiel ao texto. 

                  Como previra o mestre Kim, o que me prendia a atenção era a  capacidade de persuasão de Sresthas no sentido de que eu deveria escrever sobre minhas reflexões.
                 Depois deste incidente, fui pesquisar sobre dwija. Não me sentia enquadrado no conceito. Pois, não tinha a evolução yóguica que achava necessária para receber tal denominação.
                 Mas, mesmo assim, a forma enfática daquele senhor era convicente, tanto que elevou a minha determinação de continuar aprimorando o quadro e, ainda, a escrever sobre as reflexões que desenvolvia, dedicando um maior tempo à elaboração de uma obra.

[1] Na realidade, eu não conhecia o ISHA UPANISHAD ou ISHOPANISAD. Mas, depois, fiquei sabendo que se trata do menor dentre as principais upanishads. Ele tem seu nome da palavra “ISA” que significa Senhor. Ele contém 18 versos e frequentemente é considerado que possui a essência do hinduísmo; tanto que Mahatma Gandhi disse: “Se as Upanishads e todas outras escrituras fossem reduzidas a cinzas e somente o primeiro verso da Isha Upanishad permanecesse na memória dos hindus, o hinduísmo viveria.” (citado por Pedro Kupfer, em sua tradução da ISHA UPANISHAD). Este verso é  a invocação se encontra no inicio do presente capítulo.

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