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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O ALICERCE NECESSÁRIO DO YOGA ESTÁ NOS DOIS PRIMEIROS ANGA

 .             Este texto, por motivos relevantes, não segue a ordem natural, pois estaria no capitulo 22, mas, como é importante abordar a questão dos princípios do yoga, logo de início, para que a pessoa que ler estes textos esteja de imediato inteirada do que  é normalmente as referências comportamentais dos yogues e dos seguidores da yoga codificada por Patanjali.
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         Um dia pedi ao mestre Kim me esclarecesse como ele via a prática do yoga no Brasil. Após ele elogiar algumas escolas que ensinam a parte física com  muita atenção e da capacidade de difusão do yoga por diversos mestres,  professores e instrutores e referir até a uma estatística sobre o número de  escolas de yoga e à vasta bibliografia de autores nacionais e estrangeiros que é possível encontrar hoje nas livrarias e bibliotecas; numa inflexão, ele  mudou para uma visão crítica, de modo enfático, declarou:
         - Há escolas também que abandonaram o ensino do yoga, por uma pregação religiosa ocidental sem conexão real com a verdadeira purificação espiritual proposta pelos yogues. Assim, nota-se, por muitos,  na prática do yoga no Brasil, assim como em diversas regiões do mundo, a ausência da devida precedência com a  preocupação articulada na elevação dos compromissos e pureza espiritual dos praticantes,  contidas nos dois primeiros anga do yoga, os quais  não podem ser desprezados.  
          - Alguns mestres indianos, também deixam de enfatizar estes dois anga iniciais, em  manuais. Pela sua observação, pareceu-me que o Brasil é mais  deficiente na ênfase destes anga. Observei. Recebi, então, a  lição complementar a seguir:
          -  No Brasil mais do que na Índia, a ênfase nos yama e niyama é necessária para o praticante do yoga. Lá, desde o nascimento, principalmente aqueles que convivem no meio mais espiritualizado, há a presença prática dos princípios vivenciais contidos nos yama e niyama.  Já no frenesi ocidental não vemos tal presença, salvo entre alguns poucos fiéis cristãos que adotam, na prática, do dia a dia, os dez mandamentos; estes possuem ensinamentos profundos similares aos yama e niyama. Daí, a necessidade de serem enfatizados, desde o inicio da prática a pureza e o compromisso contidos nos yama e niyama.

         E disse mais:
         - Parece que a maioria não compreendeu o que Patanjali, com acerto, colocou como os dois primeiros anga do yoga:  yama e  niyama.  Até alguns conhecedores e seguidores do yoga de Patanjali vacilam no desenvolvimento interior de purificação do primeiro e segundo anga do yoga, certamente com medo de sofrerem enfrentamentos de seitas que predominam fora do âmbito do yoga. Pré-requisitos necessários para os demais anga.
Mestre  Kim, enfático, acrescentou:
- É necessário que para iniciarmos a prática dedicarmos com atenção aos yama e niyama, ou seja,  aos nossos relacionamentos sadios com os demais seres (vivos ou não) e conosco mesmo, para conscientes destes vínculos iniciarmos o aprofundamento com as demais fases do yoga.    
.          Senti, naquele momento, que ele novamente tivera uma sutil percepção de uma das questões que refletira um dia antes,  pois encontrara diversos autores que desenvolveram os seus livros sem a devida atenção a estes dois primeiros angas.
.          Até um dos mais conceituados mestres do yoga, De Rose, apresentou em dois livros  dele que são considerados manuais[1]  pouca atenção a estes dois primeiros angas. E, na  prática inicial recomendada por De Rose[2], não há destaque para os dois primeiros angas.  Mas, este mestre, perspicaz que é, inteligentemente,  soube dar uma volta por cima e enfatizar os yama e niyama, publicando o Código de Ética do Yoguin, onde ele dedica ao detalhamento das proscrições (yama)  e prescrições (niyama) do yoga, que agora é um anexo do  seu segundo manual.
     
.            Daí alguns dias encontrei o mestre Gurudevha, onde ele distinguiu  Yama de Niyama.
         -  Yama, em sânscrito, freio, direcionamento ou rédea. São entendidos como normas e práticas restritivas, que asseguram o relacionamento saudável com os outros seres, harmonizando o convívio social e atitudes de preservação do universo. Enquanto os niyama são vistos como princípios para questões de foro intimo, do praticante consigo mesmo. A quem diga que  Yama é o nosso autocontrole em relação ao ambiente externo; a moralidade social.
 
         - Niyama refere-se ao nosso ambiente interno;  a  moralidade individual. Mas, não são condutas morais no sentido ocidental, pois se busca nos yama e niyama a enfrentar a raiz, a causa, de perturbações e ações negativas a progressão espiritual.  Enfim, ambos são condutas que devemos assumir na relação com os demais seres e conosco mesmo, com a convicção interna que é o mais correto, que, sem dúvida, terão reflexos nos nossos corpos físicos, mentais e espirituais, por conseqüência, na nossa vivência interna e externa.  Vocês podem aceitar esta divisão somente para fins didáticos, pois  ambos os anga, numa visão aprofunda de raízes e conseqüências, envolvem o praticante tanto no aspecto externo como no interno,  como se  constata com o avanço do estudo e da prática de yama e niyama.    

.                Ceres Moura dera uma aula sobre os yama e niyama, no contexto da via óctupla de Patanjali. Na oportunidade, Ceres Moura alertou para o fato de que muitos praticantes são levados a uma concepção errada do que é cada um dos yama e niyama, e, que Patanjali ainda colocou o beneficio da adoção de cada yama e niyama.
         A partir desta observação, desenvolvi um quadro, onde sucintamente  defini os yama e os niyama, o que não é cada um deles, o que fazer para evitar o que não é, ainda, os benefícios da sua adoção conforme Patanjali. São apresentados nos quadros desta postagem. Para ter acesso com possibilidade de leitura, basta clicar sobre as figuras abaixo. Ampliarão até o tamanho original. 


[1] Refiro aqui ao livro:1) Prontuário de Svásthya Yoga e 2)  Faça yôga antes que você precise (Swásthya Yôga Shástra).
[2] Na  Ády Ashtanga Sádhana, recomenda as oito partes seguintes:”1) mudrá:gestos reflexológicos com as mãos;2) pujá: sintonição com o arquétipo, retribuição de energia; 3) mantra:vocalização de sons e ultra-sons; 4) pránáyáma: expansão da bioenergia através de respiratórios; 5)kriyá: atividade de purificação das mucosas; 6) ásana: técnica corporal; 7) yôganidrá: técnica de descontração, e 8) samyama: concentração, meditação e hiperconsciência.” (in Faça Yôga antes que você  precise (Swásthya Yoga.  10ª  ed.  Nobel, São Paulo, 2004. Página: 79.
 




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